O Brilho de Pedro Henrique no Palco: Um Estrelato em "No Ritmo do Cinema"

Vanessa Teixeira Santos

Era sábado, 21 de dezembro de 2024, e Salvador parecia respirar arte. As ruas ao redor do Teatro Salesiano vibravam com um murmúrio ansioso, como se cada pedra do caminho soubesse que algo extraordinário estava prestes a acontecer. Quando as cortinas se abriram para o espetáculo No Ritmo do Cinema, do Ballet Márcia Santos, todos os olhos encontraram seu destino: Pedro Henrique, um bailarino que não dança, mas flutua.

Com o carisma de quem já nasceu para o palco, Pedro trouxe o cinema à vida através de movimentos que pareciam sussurrar histórias ao vento. Ele foi Gene Kelly do dendê, dançando na chuva, e ao mesmo tempo um sonhador perdido em “La La Land”. Não apenas reproduzia; ele recriava, preenchendo o palco com uma energia que era tão encantadora quanto inesperada.

Cada passo era uma pincelada em uma tela invisível. Em seus giros, o tempo parecia desacelerar, como se Salvador inteira prendesse a respiração por um instante. Havia algo de lúdico na maneira como ele preenchia o espaço – uma magia infantil que lembrava a alegria de descobrir o cinema pela primeira vez. Pedro dançava como quem conta um segredo, ora sutil, ora efervescente, sempre arrebatador.

Os seus passos interpretando Tui (Moana) foram poesia pura, ao lado de Maria Laura Oliveira, outra bailarina que roubou a cena. A química entre os dois era tão luminosa que, por um momento, o teatro se transformou em um céu estrelado. Naquele dueto, rodeado de outras bailarinas, não havia palco nem público; havia apenas um encontro de almas que dançavam o amor, o sonho e a saudade.

Pedro Henrique, no entanto, não é perfeito – e isso é parte do que o torna brilhante. Em alguns momentos, a intensidade de seus movimentos parecia escapar de seus pés e transbordar, criando um ritmo que por vezes ansiava por maior delicadeza. Mas esses instantes não diminuem sua grandeza; apenas revelam que ele ainda tem mundos inteiros de dança a explorar.

Quando a última nota ecoou e as luzes se apagaram, o público permaneceu em um silêncio de reverência antes de explodir em aplausos. Pedro, ao receber os aplausos, sorria como quem guarda uma estrela no bolso – um brilho modesto, mas capaz de iluminar o mundo.

Naquele palco do Teatro Salesiano, Pedro Henrique não apenas dançou; ele nos fez voar. Salvador, tão rica em cultura e histórias, ganhou um novo capítulo esta noite: o do bailarino que transformou o cinema em sonho e o sonho em realidade.

  • Autor: Van Teixeira (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 22 de dezembro de 2024 02:31
  • Categoria: Não classificado
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