Memórias antigas são o meu tormento,
Não importa o tempo, não consigo me livrar,
Daquele bendito sentimento…
De amor e pertencimento,
Que apenas o meu velho abrigo conseguia me proporcionar.
As promessas vazias proferidas ao vento,
Cravadas nas paredes rachadas do meu peito,
Enquanto o meu “eu” se perdia ao relento,
O caminho do meu velho abrigo não conseguia encontrar.
E a cada tentativa fracassada,
Do meu conhecido eu, eu começava a me afastar.
Mas o que isso realmente importava?
Se debaixo do seu telhado, eu poderia me abrigar?
Ao chegar no teu portão, vi algo que meu mero eu, desconhecia:
Uma cerca tao pequena e bonita, que a tua volta encobria,
Enquanto eu tentava me aproximar,
De repente na tua cerca comecei a sangrar,
Vendo isso, você poderia (s)m e perdoar?
Trouxe suas rosas favoritas, as comidas mais gostosas e bonitas,
E mesmo assim você não me permitiu entrar.
Tentei pular a cerca 2 ou milhões de vezes, com fome e até passando sede,
Não importava o quanto fosse me machucar.
A cada tentativa que eu me encontrava,
Mais alto suas paredes rangiam, e eu nao conseguia me aproximar.
Vi as flores que plantei no teu solo, de repente começarem a murchar,
Dei meu brilho e minha água, mas a morte delas tive que presenciar.
Ao me machucar tantas vezes, comecei a recuar,
Enquanto assistia as tuas paredes, começarem a se desabar.
Se passaram 2 ou 3 meses,
e o teu barulho eu ainda ouvia,
Tentei me afastar da tua cerca e me perdi na rodovia.
Mas o teu caminho, eu já não queria encontrar,
Pois me ofereceram tantas moradas, que eu poderia me abrigar.
Mas mesmo tentando uma ou duas vezes,
A familiaridade, eu não consegui mais achar.
Voltei a tua cerca, pra ver se teu tamanho havia diminuído,
Mas tudo que achei, foram estraçalhados sem sentido,
Me lembrei daquela noite chuvosa,
Que resolvi não bater na tua porta,
E não escutei os seus ruídos.
Tuas janelas agora estavam iluminadas,
Parecia ter um novo dono na minha velha morada,
E eu vi a minhas paredes rachadas,
Ganharem uma nova cor.
Nos teus solos haviam novas sementes,
Confesso que fiquei contente,
Pois não desejei mais o seu amor.
Me afastei de novo do seu portão,
Havia pegado finalmente o meu velho e costurado colchão.
Me despedi do meu velho abrigo,
E decidi enfim, recomeçar comigo.
— OSTHS.
- Autor: osths (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 21 de dezembro de 2024 23:15
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 3
- Usuários favoritos deste poema: Alcir Costa
Comentários1
Hora de construir um novo. Você saberá onde fica os fundamentos, as colunas, as vigas, encomendadas por medida.
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