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Estava olhando o bloco de notas
E percebi palavras perdidas que não talvez quisesse ser ditas
Não precisam
Mas existem e assim me permito por um momento
Escrevo para aproveitar as últimas pulsações apaixonadas
Esperando escorrer as gotas de veneno que restam passeando pelas minhas veias
Escrevo por que já te escrevi tantos
Nada justo do que escrever quando a história está tão perto do ponto final
Consternada, escrevo pensando que não quero alimentar a expectativa que leia esse poema
Ou que escrever o que sinto ainda seja uma afirmação que te quero
Me assusta a ideia de ainda te querer
Estou convencida a apagar esse fogo brando em mim
Que já foi uma fogueira
Hoje é uma esperança tola
Você me traz a sensação de culpa
Eu te neguei tantas vezes dentro de mim
Fui boba, você não é um avalanche que pode ser contida
Você vai ser uma das minhas melhores lembranças de juventude
E uma das maiores frustrações
Sinto todas os dissabores dos amores não correspondidos numa só pessoa
Ao ponto quero mais esperar por anos pelo o que não existe
Eu sei que a paixão se vai aos poucos
Lutei por tanto tempo contra isso e nem vi o tempo passar
Me agarro na dor como se ainda fosse algo seu
No pouco ou nada
Como uma fuga do mundo acinzentado que vivo
Não é tão fácil te deixar ir
Mas estou disposta a sentir toda dor possível
Ficar onde estou não é alternativa
Espero que não existam outras vidas
Pensei por muito tempo que se chegasse antes dela
Teria alguma mísera chances
Prefiro a ignorância de não sentir o que mais desejo escapando das minhas mãos
Por favor não me encontre em outras vidas
A lição dessa já me basta
Acho que voltei aqui para dizer o que faltava
Nunca te disse, mas você existe em toda parte do meu mundo
Eu lembro de você constantemente
Tenho diversas músicas que me fazem lembrar de você
Desisti de ler Clarice, pois você me lembra Joana
A coisa que mais me doe é que nunca vou saber como é ser sua
O início de tudo foi quando sonhei com você em meus braços
Por segundos você foi minha
E desde então virou meu mundo de ponta cabeça
Não quero mais essa vertigem
Por isso, adeus.
- Autor: Joana de Clarice ( Offline)
- Publicado: 20 de dezembro de 2024 00:24
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 5
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