Encontrei-me contigo sem te ver – a distância
Era uma proteção, uma defesa, sem importância,
Nem me parece ter ouvido a tua voz indiferente
Carregada de curiosidade aos avanços, de repente.
Vi-te – sem realmente conseguir ver coisa alguma –
Pela lente do telemóvel, como nuvem, ou espuma,
Uma imagem baça sem propriedade ou definição
Como se ver-te assim, sem ver, fosse a conclusão.
Claro que não é, até a tua ausência está presente
E há dentro de mim uma parte que ainda te sente,
Vivo rodeado, em circuito fechado, de recordações,
Presenças indefinidas quase reais, quase ilusões.
Somos eternamente os mesmos até à eternidade
Mesmo que o sonho inválido nunca seja realidade,
E a vida passa assim enquanto se vive até morrer
E eu vou morrendo aos poucos pelo medo de viver.
- Autor: JNicolau (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 17 de dezembro de 2024 08:21
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 9
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.