Se eu não retornar, é possível que eu tenha me perdido em um abismo silencioso, onde a luz parece não alcança. Às vezes, a ausência é a única forma de escapar do peso do mundo.
Fragmentos...
Aqui estou,
entre sombras que não projetam nada,
um reflexo distorcido no vidro embaçado,
um eco que se perde, fugindo para o nada.
O tempo passa, mas não me carrega,
desliza ao meu redor como maré vazante.
O mundo fala em línguas que já não entendo,
e cada som morre antes de tocar minha pele distante.
A eternidade pesa sobre meus olhos fechados,
um escudo contra tudo que não quero sentir.
Ver seria lembrar, Sentir seria reviver,
então sigo assim— Apenas a sobreviver.
A solidão grita, chama, clama,
ela se ajeita ao meu lado, com furias e chamas,
Como se sempre tivesse pertencido aqui,
Afinal desde sempre, ela nao veio á partir.
Os caminhos se dobram e se apagam,
não há destino, só voltas no mesmo lugar.
Se houve um começo, ele se perdeu,
se há um fim, talvez já tenho passado, ou já me encontra lá.
Aqui estou, ou talvez nunca tenha estado.
O silêncio é meu nome, e o esquecimento? meu lar.
E se um dia eu for apenas brisa entre as árvores,
não se pergunte para onde fui, mas deixe-me lá.
Deixe o vento me levar,
como algo que nunca realmente esteve aqui,
desvanecendo-se ao longe, sem existir por aí.
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