Era eu, ainda criança, quem me abraçava,
Na solidão de um mundo que me ensinava
Que amar era errado, que o amor era dor,
Mas algo dentro de mim sussurrava: “É só amor.”
Quando o medo veio, com o frio na barriga,
E o olhar alheio trouxe insegurança antiga,
Eu, com minhas mãos, me amparei,
Porque ninguém mais sabia o que eu escondia, ninguém via o que eu carregava.
Eu sabia que amava mulheres, mas calava,
O amor se escondia, o medo me afastava.
Eu pensava que, se amasse, seria errada,
E afastei o amor como uma sombra indesejada.
Mas fui aprendendo a me ouvir em silêncio,
A acolher a dor, a curar o sentimento.
O amor não é um erro, não é uma prisão,
É coragem, é liberdade, é a voz do coração.
Amar é ter coragem de ser quem sou,
É olhar para dentro e ver o que restou.
E quando me acolhi, ao me aceitar,
O amor floresceu em mim, sem precisar mais se esconder.
Eu fui quem me deu colo, quem me abraçou,
Eu fui quem entendeu o que o mundo calou.
Hoje, ao me olhar, vejo o que sou capaz:
Amar não é errado, amar é paz.
E assim, na minha jornada de autoencontro,
Eu aprendi que o amor começa de dentro.
O amor é o que sou, o que sou em liberdade,
E ao me acolher, encontrei a minha verdade.
- Autor: Metamorfose (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 13 de dezembro de 2024 21:14
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 6
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