— Por que te escondes assim, mulher?
Por que te fechas em muralhas ?
Não vês que és um diamante raro,
Reluzindo em meio às sombras do teu próprio medo?
— Diamante, eu? Não...
Sou apenas uma pedra comum,
Gasta pelo tempo, quebrada pelo mundo.
Não sei brilhar, nem sei quem sou.
Mas quem disse que o diamante sabe o seu valor?
Ele nasce bruto, imperfeito,
Esperando mãos que saibam lapidar
E olhos que saibam enxergar.
— E se essas mãos não vierem?
E se os olhos forem cegos?
Não quero ser tocada, não quero arriscar.
O que tenho guardado é tudo o que me resta.
Mas e se, ao te guardares,
Deixas que a vida escorra entre os dedos?
Um diamante pode escapar,
Desperdiçado por quem não soube enxergar.
— Então me diga... Quando estarei pronta?
Quando saberei que é a hora?
Quando estarei forte o bastante
Para confiar, para tentar?
Nunca estaremos prontos, mulher.
A vida é um mar de incertezas,
E nós, navegantes sem mapas,
Levados pelos ventos do agora.
Mas o diamante está ali.
Cabe um bilhete, uma palavra,
Uma escolha de quem passa por ele:
Guardar ou deixar.
— E se ninguém souber? E se ninguém ficar?
E se me perderem como o vento leva o pó?
E se...
E se, ao invés de temeres a perda,
Aprenderes a brilhar por ti mesma?
Pois quem sabe valorizar
Nunca perde, apenas ganha.
Preserva quem te quer bem.
Ama quem te vê além do véu.
O diamante está ali, mulher,
Cabe a ti, e a quem te toca, saber reconhecer.
- Autor: Lua em Libra (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 12 de dezembro de 2024 23:35
- Comentário do autor sobre o poema: Apenas um poema
- Categoria: Triste
- Visualizações: 5
Comentários1
Muito lindo esse Poema
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