O amontoado de roupas ao lado da minha cama que não param de crescer.
Meu cabelo que sempre parece o mesmo não importa o que eu faça. Meu corpo que cresce e emagrece tão rápido quanto as luzes pisca pisca da árvore de natal empoeirada no canto da sala.
A minha necessidade estranha de ficar horas parada no mesmo lugar torcendo para que o mundo deixe de girar.
Lamentos que saem da minha boca como algo passageiro servindo de desculpa para coisas que com certeza irão se repetir.
Não lembro quando a sensação de desespero que sempre está lá quando sinto que estou afundando não esteve por cá.
A melancolia que vem e vai me deixando presa por horas na sensação do colchão na minha cama tomando a forma do meu corpo cansado.
Minha pele que coça como se meu próprio corpo quisesse me torturar com agonia.
Imersa na minha mente como se não estivesse pronta para o mundo ainda.
Nunca me permitindo sentir amada por alguém real e único.
Horas e horas passando cada vez mais rápido diante dos meus olhos cansados demais para se abrirem por inteiro.
A porta do meu quarto quase nunca aberta para permitir olhares indesejados de pessoas que dizem se importar.
Virando na cama por noites torcendo por uma existencia comum e saudável como a de milhares de pessoas que mentem muito bem pela tela do celular.
Imaginando como seria ser uma versão melhor e menos cansada para viver de verdade.
Desejando melhorar ao menos um pouquinho para não decepcionar as poucas pessoas que verdadeiramente se importam.
Ansiando que a sua pequena luz pisca pisca dure mais tempo do que as demais.
- Autor: Estrela viajante (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 9 de dezembro de 2024 13:24
- Comentário do autor sobre o poema: Sobre o ciclo depressivo que muitos enfrentam.
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 4
- Usuários favoritos deste poema: Flavio Eduardo Palhari
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