As palavras dela no audio do Whatapp ainda ecoavam em minha mente, como uma melodia que se repetia sem aviso. "Você é livre, Lua. Desde que haja respeito, quero que viva o que sente." Foi o que entedi, eu ouvi aquilo com atenção, mas a dúvida sussurrava logo atrás. Seria mesmo liberdade ou algum tipo de teste? Chaveirinho sempre teve uma forma única de me surpreender, principalmen na unica e longiqua vez que fizemos amor, mas esse gesto parecia grande demais, quase inacreditável.
A noite começou simples. Um encontro casual com amigos, risos fáceis e copos tilintando. Mesmo no meio de toda aquela energia, minha mente ainda voltava para a conversa da noite anterior. Livre? A palavra soava estranha, como um sapato novo que ainda precisava ser moldado ao pé, não pensava em tão maturidade por parte dela, tão desapego em relação ao sexo. Sera que ela não gosta de sexo? sera que ela deseja que eu transe com outras muheres menos ela? sera que...
Foi nesse estado de inquietação que a vi pela primeira vez, ela não era óbvia, mas havia algo naquele olhar que me puxava, como se me dissesse que ali estava um caminho, Ela era branca, com a pele clara que refletia suavemente a luz do ambiente, destacando os traços delicados de seu rosto. Os olhos eram de um azul acinzentado, profundos e misteriosos, como se guardassem histórias não contadas. Os cabelos, longos e loiros, caíam em ondas soltas, emoldurando um sorriso que parecia desenhado para desarmar qualquer resistência. Não era apenas atração; era um convite para testar os limites dessa tal liberdade.
Enquanto a conversa fluía entre olhares e sorrisos, minha mente lutava. E se isso for um teste? E se Chaveirinho disser que me conhece melhor do que eu mesmo? Cada pensamento era uma corda puxando para lados opostos. Mas ao mesmo tempo, a ideia de ceder, de me permitir, fazia meu coração acelerar.
Quando nos encontramos em um canto afastado, a linha entre o certo e o errado parecia mais tênue do que nunca. Ela se aproximou, a confiança dela preenchendo o espaço entre nós. Meu corpo reagia, mas minha mente ainda gritava: Você tem certeza? Isso não muda nada entre você e ela?
Era como estar no topo de uma montanha, prestes a pular, sabendo que o impacto seria inevitável. No final, cedi, mas não sem hesitação. Cada toque, cada gesto trazia prazer, sim, mas também uma pontada de incerteza.
Enquanto eu ainda lutava com minhas incertezas, ela tomou a dianteira, puxando-me pela mão com uma decisão que não deixava espaço para recusa. Antes que eu pudesse pensar, me vi diante da porta do banheiro feminino, o som abafado da música do bar nos envolvendo. Ela olhou ao redor, certificando-se de que ninguém nos observava, e então abriu a porta, me puxando para dentro com urgência.
Ali, no espaço apertado e iluminado por uma luz fria, ela virou-se para mim. Seus olhos azuis acinzentados, agora intensos, pareciam implorar, mas sem perder o controle. Foi então que ela se ajoelhou diante de mim, os movimentos precisos e ao mesmo tempo carregados de desejo. Seus olhos não desviavam dos meus, como se quisesse assegurar que aquilo era mais do que físico, era entrega.
Sem dizer uma palavra, ela abriu os lábios, um convite que era quase impossível ignorar. A urgência dela me fez esquecer qualquer vestígio de dúvida ou hesitação, o calor daquele momento era avassalador, e em questão de instantes eu cedi à intensidade de sua vontade.
Enquanto eu entregava o que ela parecia tanto querer, sua língua se movia com maestria, explorando cada gota como se fosse um presente muito raro. Seus olhos se fecharam brevemente mas não tão breve como eu esperava, e ela saboreou, como alguém que prova algo único e inesperado.
Quando terminou, ela ergueu o olhar para mim, um sorriso satisfeito brincando em seus lábios. "Seu néctar", disse ela, a voz baixa, quase um sussurro, "é como água de coco doce, mas mais denso... mais intenso."
O comentário dela me deixou sem palavras, um misto de surpresa e fascínio. Era como se, naquele instante, ela tivesse capturado não apenas o prazer do momento, mas algo mais profundo, algo que me deixou refletindo sobre a liberdade que eu havia decidido explorar.
Quando tudo terminou, ela me olhou com um sorriso satisfeito, enquanto eu me perguntava o que aquele momento significaria a partir de agora. Na volta para casa, senti um peso no peito. Não pelo que aconteceu, mas pelo que estava por vir. E se liberdade não for só um presente, mas um espelho que revela quem realmente somos?
Os olhos de Chaveirinho estavam na minha mente quando deitei, e sua voz parecia perguntar sem dizer: "E então, foi mesmo liberdade ou só uma escolha?" hoje contarei tudo a ela !
- Autor: Lua em Libra (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 4 de dezembro de 2024 10:13
- Comentário do autor sobre o poema: Apenas um monto de ontem a noite...
- Categoria: Conto
- Visualizações: 6
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