ENTRE FIOS INVISÍVEIS DO AMOR

Sempre te soube,

antes de teu nome chegar,

antes de te revelar em gestos e toques,

no sussurro, no calor do teu sorriso.

Havia algo em mim

que te aguardava,

como se o destino, com suas mãos silenciosas,

tecesse, sem pressa, um fio invisível,

que nos unisse —

antes mesmo de o vermos.

Te imaginava

nas sombras dos meus dias perdidos,

nos ecos das horas solitárias,

nos sonhos que temia chamar de reais.

E tu eras uma saudade sem nome,

uma ausência que, sem que eu soubesse,

me preenchia.

E então, nossos olhares se encontraram,

o mundo não parou —

mas, por um instante,

o tempo curvou-se suavemente,

como se tudo ao redor reconhecesse,

no silêncio, onde nossas almas se encaixavam.

Ali, o universo parecia dizer:

"Finalmente, é aqui."

Estar contigo é como encontrar

o silêncio no caos de tudo.

Raro, profundo, inefável.

Como um oásis que nasce

nas areias secas da rotina,

ou uma flor que desabrocha

no escuro da noite —

sem pressa de ser vista,

mas carregada de mistérios.

Cada instante contigo

é um milagre escondido,

uma estrela que brilha no meu céu interior,

mostrando o caminho já traçado,

aquele que, em algum ponto

do infinito,

sabíamos que juntos iríamos seguir.

Agora, tudo se clareia,

e, ainda assim, permanece envolto em mistério,

como um conto que se escreve

sem fim,

onde o maior encanto

é o simples fato de existirmos,

um no outro.