Deserto Que Não É Deserto

Cubo Esférico



Como a caminhada nos desertos apáticos do Saara,

exprimo-me em busca de um único copo d'água,

O calor infernal do sol ardente, insiste

em evaporar cada gota de líquido em meu corpo.

 

Quanto mais avanço, mais lento parece meu ser;

a cada passo, cada músculo gritam em angústia,

Minha alma, atrofiada, guarda apenas fragmentos

de uma tentativa infame de cruzar tormentos.

 

Por que existem facas pairando, prontas a me rasgar?

 

Tornados permeiam esse caminho de grãos extenuantes,

dilaceram-me a pele, em busca de meu âmago,

parte mais intima do meu ser. O que procuram...?

 

Só sei que o calor infernal está a me tornar uma caldeira viva.

O que restara dessa alma,

pura um dia, agora escurecida pela vida?

 

  • Autor: Cubo Esférico (Offline Offline)
  • Publicado: 30 de novembro de 2024 16:58
  • Comentário do autor sobre o poema: Imagine-se nesse cenário.
  • Categoria: Surrealista
  • Visualizações: 14
  • Usuários favoritos deste poema: Vênus


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.