Crônica de um Cruzeirense

Hébron

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A queda de um gigante que fez estremecer o chão e abalar  as montanhas de Minas  não representava o fim, mas um recomeço... 

 

Tantos riram e tripudiaram com estridente escárnio, escondendo a própria realidade pequena de alívio guardado na grande soberba.

 

No traumático percurso do seu despencar, do alto da sua grande altura, vítima dos próprios erros e do banditismo instaurado como câncer em suas entranhas, até a profundeza onde todos chamariam de morte, aos olhos desatentos daqueles que desprezaram a dimensão da sua força, parecia tudo acabado, enxergaram o último suspiro, e já celebravam o seu fim...

 

Entretanto, esse último suspiro tanto esperado pelos rivais se revelou como um aceno de um primeiro alento da redenção, no sinal de renúncia ao ocaso e à extinção... Das suas próprias ruínas e das cinzas, o amor da sua imensa torcida perseverava e eclodia sua luz radiante! Não era morte, era vida! O Cruzeiro vive!

 

Não era um último suspiro e sim a inspiração profunda para o ressurgimento nos braços do seu povo que diante do incrível, desdenhando o impossível, ainda sustentava sua bandeira, suas cores e e suas estrelas, o seu escudo e o orgulho da nossa gloriosa história escrita com muita luta e dignidade, com a convicção do futuro de vitórias que nos espera. A tradição persevera!

 

Eu lembro da nossa história! Nunca pude esquecer quem somos... Da nossa origem popular, do Palestra ao Cruzeiro, concebido pela união,  forjado pelo amor além das fronteiras, surgido dos braços de uma comunidade que arrancou da alma a essência de uma paixão, de um amor sem limites, e hoje somos multidão, uma gigantesca nação!

 

Depois da estrada grandiosa das conquistas,  o tormento de um cenário dramático de um infortúnio cruel nos impactou... Experimentamos a dor e a humilhação, na tortura de um tempo que se estendia sem conseguir nos desiludir ou nos desanimar, no entanto. 

 

Resistimos com bravura e com a coragem e a raça que marca nosso caráter.

 

Não conseguiram nos impedir a caminhada, e em qualquer tormenta, ainda que fosse nos arrastando, prosseguíamos e prosseguimos!

 

Nós somos Cruzeiro, que não tem a opção de acabar, pois o time é carregado por sua multidão, com o ímpeto de um amor que não perece, que é imortal e que mais se fortalece diante das dificuldades e dos desafios. 

 

Assim é o Cruzeiro desde a época do Palestra! 

 

Assim é o espírito guerreiro do cruzeizense, de guerrar a batalha justa, onde o destino nunca é a derrota que se encontra no caminho das conquistas. Nunca desistimos!

 

E a história não se pode apagar e as cicatrizes têm o valor de conquista, o sabor amargo agora é doce, gosto de desafio superado que ainda mais engrandece a trajetória vencedora com as cores azul e branco e nossa constelação. 

 

As fibras de um coração que conheceu o indefinível sofrimento, o constrangimento, a aflição e a angústia continuam a pulsar, no ritmo da esperança... Fibra da fé inabalável, da força, da resiliência e da superação. 

 

É bom estar de volta e retomar a posição que conquistamos com muita luta. 

 

Hoje é o dia da glória, dia de decisão de título, e seremos campeões novamente, independente do resultado, para o sempre que marca nosso destino... Avante, Cruzeiro Guerreiro! 

 

Somos uma tradição que não se apaga, que nunca se abala, de uma instituição que é filosofia de vida, que nenhuma Ciência pode explicar, pois não se define na razão, é ideologia e é doutrina, é religião e é o amor, e é a paixão que movimenta uma nação inteira! 

 

Somos uma nação e o Cruzeiro é nossa pátria!

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  • Autor: Hébron (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 23 de novembro de 2024 08:28
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 3


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