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No domingo, ele saiu com os amigos e voltou para a casa às traças, foi no bar do seu Zé, ali mesmo na esquina
Na segunda, ele acordou cedinho e mesmo cansado foi trabalhar, mesmo com todo cuidado bateu o dedo em uma quina
Na terça, ele abraçou seus filhos, e em seu passo tímido seguiu como máquina
Na quarta, embora enfadado da lida diária, se prontificou em ajudar sua filha na lição escolar
Na quinta, ele recebeu um aumento do seu chefe, mesmo que aquilo não fosse compatível à vida confortável
Na sexta, ele chorou, remoendo mágoas passadas, ele deveria estar em uma vida mais favorável
No sábado, ele fez tudo como sempre, erguendo patamares e imaginando quão singular seria viver uma vida diferente, sua imaginação era voraz e intensa, era vivaz e colorida
Mas num ímpeto movimento do destino, ele estava voando, voava com um pássaro, impressionando a população que trafegava
Em seus últimos momentos, ele enfim ficou feliz, ele enfim estava livre.
- Autor: Ryaav (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 19 de novembro de 2024 19:24
- Comentário do autor sobre o poema: Eu escrevi esse poema há alguns minutos, é uma homenagem a todos os "Silvas" que morrem invisíveis perante a sociedade, que lutam por suas famílias. Que nunca os falte a força de sempre recomeçar. Eu me inspirei nas músicas "Construção" do Chico Buarque e "Só Mais Um Silva" do Mc Bob Rum
- Categoria: Triste
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