Poeira de estrelas

Muito provavelmente, eu cheguei até aqui para aprender a ser. Algo que paira no ar me conduziu. E, pensando bem, fui quase formatado pelo mesmo desejo de menino. Aquela marca de infância que qualquer criança carrega: o sonhar acordado, o mundo híbrido e insular. Em meus olhos, aquilo tudo ainda existia. E agora eu sabia o porquê em palavras. Eu tinha nas mãos a poeira de estrelas, que, de certo modo, era tudo o que eu sabia que queria, mas que, em nenhum dos meus sonhos mais remotos, eu o contemplei. A entrega à despedida que dura toda uma vida de uma parte minha que andava sem rumo.