Eurídice
Eurídice
por que estás tão longe?
Por que não me respondes?
Procuro-te por entre meus sonhos
Por que te tornar-tes figura invisível aos meus olhos?
Vivo enclausurado no Hades contido em meu peito
Por que te tornar-tes o mar distante do deserto de minha alma atormentada?
Por que és minha agonia?
Meus sonhos são correntes de noites perdidas
A lua assombra a terra debaixo de meus pés
Ouço o lamento de um mundo que não te tem
Por que partir-tes para longe de minha razão?
Era dia florido de sol abundante quando te tinha por perto
Hoje é chuvoso o dia que dura quarenta dias e quarenta noites
Da torre olho o campo e não te vejo
As folhas passam carregadas pelo vento e se vão
Por que fostes e não voltastes mais?
Joia preciosa que minha alma perdeu
Minha tão valorosa metade
Para onde fostes?
Oh Eurídice que falta faz ao meu ser
perdi meus campos Elisius
Perdi minha razão
Perdi a noite dos bons sonhos que se afogaram na dor da alma rasgada pelo vazio mais
dolorido de um corpo ultrajado pela vergonha da solidão
vazia e venenosa
Onde estás Eurídice?
Eurídice estás aonde?
Na terra?
No mar?
aonde meus olhos não podem enxergar?
aonde minha alma não contempla
aonde fostes?
parte de mim
poeira de meu passado
verdade de mim
luz de alma
luz do meu ser
Luz.
- Autor: kleisson ( Offline)
- Publicado: 12 de novembro de 2024 00:39
- Comentário do autor sobre o poema: alusão a mitologia grega.
- Categoria: Fábula
- Visualizações: 4
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