O poeta nauseado

O poeta nauseado senta-se frente a janela, onde outrora discorria deliberadamente mil cartas de amor.
Lembra-se de como conjugava cada verbo, cada oração meticulosamente montada, e também das horas desperdiçadas...
Sentado em frente a janela, uma lágrima sorrateira desencadeia um choro desesperado, imerso em seus pensamentos confusos, uma pergunta grita alto: POR QUÊ?
Ele já sabia a resposta!
Sua sensibilidade, sua total devoção em todas as vezes que amou, não foi devidamente bem recebida, e por muitas vezes atribuiu a culpa a si mesmo;
O poeta em crise, reencontra sua inspiração, após perceber que todas as vezes que sua poesia foi mal recebida, dizia mais sobre as pessoas do que propriamente a ele.
Notou-se que esperar que outra pessoa o veja como poesia pode nunca acontecer, então a partir daquele fatídico dia, agora ele se vê assim!
E todas as vozes calaram-se ao notar que inevitavelmente a caneta e o papel já estavam a postos!