Companhia

Poema- Companhia

Eu apenas desejava ser sua companhia naquela noite, poeta.
Apenas desejava sarar velhas mágoas do coração e tentar entender os homens.
Mas depois de nosso encontro me viciei em  sua companhia,  querido.

Fostes meu amante naquela noite, e você soube não apenas enxugar minhas lágrimas como também me mostrar o seu amor.

Deitei em você e desejava ficar ali por dias,
Naquele seu apartamento acolhedor e sedutor,
Onde éramos nós dois em buscar do amor.

E suas digitais em minha cintura atiçaram os meus sentimentos.
Mas sua digitais em minha cintura não apenas me marcaram como marcaram meu coração e minha alma manchada pelas mentiras do amor.

E aquele doce aroma que inebriava o seu  apartamento, poeta.
Continha o cheiro do amor.

Mas era o seu charme  que me encantava, poeta.
Sempre com suas palavras exatas a dizer,
Sempre com um verso perfeito na ponta da língua,
E as mulheres aos seus pés, tornando-se suas musas.

E não é exagero dizer, mas se ele me pedisse eu ficaria nua em pêlo apenas para posar para ti, poeta.

Me fez sentir mulher em sua plenitude,
Fostes meu amante,  meu horizonte e meu mestre na arte do amor.
Me ensinou que mágoas antigas devem ser rezadas e esquecidas .
E nunca trazidas para o coração.

Me tornou uma mulher mais feliz e completa,
Seja na cama , seja na vida.
E me acolheu sem preconceitos ou regras.

Fostes meu cavalheiro em todos os momentos,
E nunca me pediu nada em troca.

Acordava feliz ao seu lado...
E por mais que ele dissesse para não ter ciúme de suas musas,
Lá no fundo minha alma corroia de ciúmes por partilhar meu poeta com estas fulanas.

Fostes meu amante naquela noite,
E me mostrou um outro lado de São Paulo que não conhecia.
Seja nos seus inferninhos na baixa augusta,
Seja nos boêmios bares da Vila Mariana.

Me guiou pela rota do seu amor,
E nunca me esqueceu ou me deixou de lado
Para dormir com uma ninfetinha de bumbum empinado de academia.

Nunca questionou  ou teve ciúmes do meu cotidiano,
E por mais que eu deseja-se brigar , ele sempre tinha a palavra exata na ponta da língua para deixar meu dia feliz.

Confesso que fui estúpida quando decidi sair de seus braços e procurar novos amores.
Pois sua companhia me fazia tão bem...
E por mais difícil que fosse encontrar o amor em São Paulo.
Ele sempre me mostrava um outro lado da cidade que eu nunca conhecia.

Confesso que sempre desejei sua companhia nas noites seguintes, poeta.
E que você fazia falta neste apartamento e no meu coração.

Mas o que mais faz falta hoje em dia, poeta.
E deitar em minha cama sem você do meu lado,
Sem questionamentos , sem brigas, sempre compreensivo.

E não sentir mais aquele seu aroma inebriante pelo ambiente denunciando sua presença
Depois de uma ducha ao amanhecer e fazermos amor
Deixando a loucura de São Paulo lá fora para depois.

É a sua companhia que mais faz falta em meu coração,  poeta.
Até quando viveremos assim separados , sem notícias
Daquele amor verdadeiro e leal?

Autor O Amante das Palavras