Há uma década, talvez mais,
em meio a uma noite sem paz,
mergulhei num sonho sem eira nem beira,
onde o meu coração, sentinela,
tocou o lodo da escuridão.
Senti no peito a força do despertar,
Qual fora um lírio na noite
Em plena luz do luar
uma âncora na tormenta,
um grito mudo rasgando o véu do sono;
e por entre a cegueira das sombras,
fiz da justiça meu farol.
Não a Justiça dos Homens, mas a Justiça da Vida
Mas eis o mistério: não sei se venci,
se atravessei ou fui tragado
para as águas fundas de onde vim,
pois ao raiar do dia, como areia,
o sonho escorreu-me pelos dedos do presente,
ficando apenas a lacuna de um evento
sem desfecho, sem contorno,
uma memória que paira na neblina,
aonde o Meu Coração não alcança,
não alcançava, até então
e tudo que resta é o enigma:
acordei do pesadelo, ou ainda sonho?
Autor Desconhecido
- Autor: Carlitos Barbosa ( Offline)
- Publicado: 28 de outubro de 2024 21:39
- Comentário do autor sobre o poema: eu sonhei com este poema
- Categoria: Gótico
- Visualizações: 4
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