Destruição

Marcos Trindade

Tu não fizeste isso. Não tu. Eu sei. Não ousarias. Declaraste eterno amor!

Repentinamente levar o chão sob os pés de quem é um só contigo?

Não poderias destruir a ti mesma causando o partir da alma que te levaria junto.

Tu ganhaste a chave dos céus e do inferno.

Podias ter escolhido o paraíso, mas optaste pela escuridão.

 

Te tornas, presentemente, juíza não apenas de teus anseios,

Mas destróis o ser de quem é e lutaria eternamente por vós?

Assim, não anulas apenas a ti que agora já é dois em um.

Destróis a felicidade. Assassinas também a chance daqueles inocentes que viriam pela fusão etérea de vossas almas.

Não. Não ousarias. Não terias tanto desamor.

 

De tal modo, beberás agora por juramento infinito o fel da somba que se circundará.

O limiar rompido entre a sobriedade e a insanidade de quem já não mais tem um coração para ponderar.

Que pela permantente justiça aguarde todo aquele que atrever-se a interferir neste elo infinito.

Não terá paz, não descansará. E por fim sua alma, dormirá no abismo."

  • Autor: Marcos Trindade (Offline Offline)
  • Publicado: 16 de outubro de 2024 11:24
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 5


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.