Quando chove no sertão
Aqui no sertão, seu moço,
quando chove é uma alegria;
saem os sapos pulando
em verdadeira folia.
Na chuva, moça e menino
correm em muita gritaria.
Mas para viver no sertão
tem que ter muito molejo;
precisa aguentar o rojão
da seca e do sacolejo,
em São José ter confiança
seu moço, né mole não!
Dizia Luiz Gonzaga
que para viver no sertão
tem que aprender a embalar
e a bater também no pilão;
aprender a peneirar
e não ter medo de trovão.
Quando chove aqui, seu moço,
a passarada festeja,
meninas todas se enfeitam,
garota , o rapaz corteja,
e há muito casamento
se tiver boa colheita.
Mas seu moço, se não chove
acaba toda magia:
não nasce capim no chão,
O campo perde alegria ,
resta a sanfona , seu moço,
para enganar a agonia..
Sertanejo é valente,
valente por natureza;
aguenta qualquer rojão,
sua vida não é moleza,
traz dentro do coração:
Deus, sua única certeza.
Não quero sair daqui, moço,
pois chovendo ou não aqui,
vai ter sempre o baião,
o caju , manga, pequi
e tripa assada na brasa,
seu moço, sou juriti.
Lucineide ( Lu )
- Autor: Lucy (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 19 de julho de 2020 14:27
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 10
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