A. Prado

Minha Despedida

Resolvi expressar nessas linhas, toda dor que hoje estou sentindo. Dor, amargor, tristeza, carência, DECEPÇÃO. Talvez mais sentimentos pudessem ser listados, mas, ao menos nesses dias esses são os mais vividos.

Decidi registar nessas linhas essa história numa tentativa de tirar esse gosto amargo de dentro de mim. AMARGO, sim...isso mesmo, algo extremamente áspero que estou tentando digerir com um sistema gástrico totalmente comprometido. Uma situação desagradável, que o mais belo exemplo de algo amargo como fel viraria mel ao ser tomado.

Não sou dona de virtudes, não sou o melhor exemplo de uma pessoa sem defeitos, mas, não sou merecedora de tais sentimentos. Sentimentos que fazem questão de tocar mais e mais a ferida, de simplesmente amarrar uma bola de aço em seu pé enquanto grita por socorro em um mar revolto.

Porque isso? Será que é coisa da minha cabeça? Do coração? Onde está a razão e o emoção nessas horas? Simplesmente deixaram os "ratos" tomar conta sua casa.

Se bem que essa "casa" já parece estar desabitada. Talvez essa invasão de pestes tenha se dado por todas sobras deixadas. Migalhas de amor, restos de carinho, farelos de respeito.

Essa peste por onde passa, tudo seca, a aridez tomou conta desse ambiente, está se tornando impróprio para habitar.

Mas quem habitaria um local desses? Uma casa totalmente insegura onde o seu proprietário foi totalmente descuidado ao deixá-la aos frangalhos.

Os trapos muitas vezes podem ser costurados, mas, jamais voltarão a ser suntuosos. Vê aquela linda colcha de retalhos estendida na cama? Se olharmos bem de perto  perceberemos uma imensidão de cicatrizes tecidas por uma agulha e linha.

E assim se fazem os remendos…muito importante para unir tudo que foi quebrado, ou até mesmo juntar as melhores partes e formar algo diferenciado. Já pensou em uma nova forma? Talvez seja necessário!

Claro que esse processo só será realizado se os dois o fizerem... quem segura os cacos e quem cola. Geralmente quem cola tem uma visão mais superficial, pois está preocupado em aproximar as partes do caco antes que a cola seque. Já o dono dos cacos, preocupa-se em observar se cada milímetro do ângulo está correto, pois qualquer parte fora do eixo pode ser responsável por um novo rompimento.

E assim, muitas obras estão ainda em pé, remendadas, manutenidas, ruídas...mas ali, em pé! Expressando toda sua plenitude, mesmo que de fachada, pois muitas vezes os seus habitantes não fazem ideia das rachaduras internas que provocam pelo simples fato de não cuidar do local onde escolheram para morar.

  • Autor: A.Prado (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 16 de Julho de 2020 19:30
  • Categoria: Triste
  • Visualizações: 13

Comentários1

  • Marcos Galvão

    Há tempos vivenciamos provações, pois desafiamos o que é sublime e em outras se achamos donos uns dos outros. Parabéns.



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