Na penumbra das telhas,
Criam-se as aranhas, em emaranhados escuros,
Rastejam, comem, devoram, criam sua fortaleza de teias
Grudentas, caóticas, confusas,
Fazendo um espetáculo meticuloso para meus olhos.
Crescem em lua, em sol em chuva. Elas se espalham.
Elas se espalham sem parar.
Imortais eu diria!
Temidas sejam essas criaturas tão vorazes e perpicazes.
Volto a olhar entre as telhas; entre os caibros velhos;
Mas onde estão as aranhas?
Por que só há teia? Errado,
Nem teia há mais.
Como efêmero é a matéria.
Como cruel é a maldita ampulheta
Que esmaga tudo com sua areia fria.
Mas continuo olhando as aranhas,
Brigando, rindo, orando, trabalhando,
Criando sua fortaleza grudenta, caótica, confusa...
Como são imortais...
Como são imortais essas aranhas do telhado.
- Autor: Bingus McBongus ( Offline)
- Publicado: 31 de agosto de 2024 19:10
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 15
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