Numa noite, deito-me suavemente na minha cama e aos poucos adormeço, acordo pensando no sonho que tive. Sonhei que alcancei o céu com o coração, nesse momento começou a chover, nesse momento descobri que são poucas as pessoas que conseguem alcançar o céu com o coração.
Quando a chuva caiu, abandonei os sapatos e comecei a correr descalço no meio da chuva no chão molhado.
Sem me importar com o preço daqueles sapatos que deixei para trás, pois percebi que as minhas pegadas naquele chão molhado fariam bem para a minha alma.
Dancei ao som das gotas da chuva, era tudo o que queria naquela noite, então quando senti o chão nos meus pés fiz questão de permanecer descalço, a sensação que eu tinha era que logo a chuva iria embora.
Brincamos tanto que a chuva insistiu em permanecer molhando meu corpo. Aquela noite foi a noite mais feliz da minha vida.
O nosso som estava em sintonia, o som da chuva e o meu. Respiramos ao mesmo tempo. Desaguamos com a mesma intensidade.
Estava frio. Nublado. A chuva estava se misturando comigo. Ela era divina, eu era pó. Ela permitiu-me desaguar ao mesmo tempo que ela.
Naquela noite, enquanto chovia eu dormia, alcancei o céu com o coração. Sem saber que aquela chuva lavaria a minha alma.
Eraldo Silva.
- Autor: Eraldo sousa Silva. (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 26 de agosto de 2024 21:16
- Categoria: Amor
- Visualizações: 5
Comentários1
Muito bom, poeta!
Gosto destas sutilezas poéticas.
Abraços,
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