Na Sombra Fria

Na sombra fria, eu rimo para a desgraça
A noite silencia, a esperança se esgarça.
Cada passo trêmulo, sem direção,
No peito ecoa a amarga solidão.

As ruas desertas, sem vida ou cor,
Nos becos escuros, só resta a dor.
No olhar vazio, perdido em vão,
Carrego o peso da desilusão.

Os sonhos quebrados, espelhos no chão,
Refletem histórias de um mundo em vão.
Mas em cada verso que a tristeza traça,
Encontro a força para romper a carapaça.

Pois nas cinzas da desgraça, ressurge a chama,
Uma luz tímida, que o coração reclama.
E mesmo na sombra, onde a dor se enlaça,
Eu rimo e luto, até que a noite se faça.