Amor Sumido

R. Barbosa Gameiro

Estás tão longe e o tempo passa…

E, com o tempo, o coração esquece

O amor que nos enlaça

E há um sonho que desvanece…

 

Será que se nos cruzarmos e eu te falar

Sobre o amor que em mim cresce e me consome

Me responderás com um doce olhar

Ou já nem saberás qual é o meu nome?

 

É isto que me perturba a respiração

E me tira o sono quando quero dormir:

Falar contigo sem ter noção

Sobre o que pensas ou estás a sentir.

 

Agora perco-me em dúvidas e incertezas

Porque quando te escrevo não me respondes.

Assumo que é porque me desprezas

E, para eu não te incomodar, te escondes.

 

Agarro-me ao trabalho para me distrair,

Mas acabo sempre a divagar…

Arrependido de quando combinávamos sair

E me faltava a coragem para me declarar.

 

Só tenho pena de não ter tentado

Dar-te um beijo em boa ocasião,

Mas pelo menos fico descansado:

Finalmente falei-te com o coração!

  • Autor: R. Barbosa Gameiro (Offline Offline)
  • Publicado: 15 de julho de 2020 12:54
  • Comentário do autor sobre o poema: Errar é humano, mas errar no amor é cruel e desumano. Muitas vezes é o tal momento certo que chega mil vezes e não o vemos, por falta de coragem, por medo da rejeição, por receio da mudança... Felizmente há um antídoto para este feitiço de petrificação: sermos nós a criar o momento, olhar a pessoa nos olhos, sorrir e dizer algo simples como «Gosto de ti». E assim se faz a nossa parte. O resto da história fica à responsabilidade do destinatário.
  • Categoria: Amor
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