MEU HORRENDO SANTUÁRIO.

Minha Hecatombe

SE PENSO QUIETO NESTA REDE,
BALANÇO, CONFORME GRITA A MENTE,
E ME VEJO, OLHOS ENXUTOS DE SEDE!
SOZINHO E SE MOENDO, COMO SEMPRE.

NO LAR QUE ME RODEIA, DERRETE
ME FAZ ARDER COMO CALDEIRA,
POR NELE HAVER TANTAS VOZES, JULGANDO-ME
TÃO NEFASTAS, VERDADEIRAS!

QUIS EU, ASTUTO, PROTEGER-ME
DOS INSULTOS, POR SEREM MUITOS
E CONFUSOS, SÓ ME RESTA TONTEAR!

AGRADEÇO A IRADA MELODIA!
PERMITE-ME CALAR A REPUGNÂNCIA,
E POR ISSO OUÇO-A O MAIS ALTO, TODO DIA,
SEM DEIXAR QUE À BOCA SUBA A ÂNSIA!

POIS SEI, O INÚTIL HÁ DE SOAR DESSE RUDE VOCAL,
DA VOZ INGRATA QUE A NINGUÉM AGRADA,
DAS DESCULPAS E FÚTEIS CULPAS
QUE PARAM NA LÍNGUA, E ESTA SE AMARRA.

ARDO EM FEBRE DE EM VÃO FALAR,
COM OS DEDOS DUROS SOBRE A VALA,
POR TENTAR, PUXA E REPUXA A LÍNGUA,
E NÃO LHE VEM À BOCA UMA PALAVRA!

PARA PENSAR, PIORA A TENTAÇÃO!
AMORES ANTIGOS, VELHO EU,
O SANGRAR, BEIJAR, A EMOÇÃO,
DE NÃO TER SIDO APENAS MEU!

ORA DESISTI, ERGUI-ME O CENHO,
LACRIMEJANDO O HORROR POR ERGUER-ME MORTO, AZEDO.
E EU, SOMENTE EU, HEI DE FICAR AQUI TRANCADO,
NA NOITE ATERRADORA DE MIM MESMO.

  • Autor: Minha Hecatombe (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 13 de agosto de 2024 21:23
  • Comentário do autor sobre o poema: uma reflexão às escuras.
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 10


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