AOS AROMAS ALHEIOS.

Minha Hecatombe

FORMOSA FLOR, NÃO AFRONTA OS VERMES QUE TE FEREM!

OS QUE FORÇAM AS PÉTALAS A FURAR-SE

E ENTRISTECEM TUAS VINHAS, TUAS SEMENTES,

FERINDO-SE COM OS ESPINHOS DE SEUS DENTES!

 

QUE BANAL TORNA-SE O PESO DESTE VERME.

NÃO LHE UMEDECE AS ASAS COLORIDAS,

FOLHAS DOURADAS QUAIS COROAS DE RAINHA!

MAS DESTE INSETO, ACREDITA, AS PALAVRAS NÃO TEM CERNE.

 

POIS BEM SABE, FLOR DOURADA,

O QUÊ LHE CORTA, OU QUE LHE REGA.

MAS TU É MAIS, É MUITO MAIS,

DAS INVERDADES QUE LHES PREGAM!

 

REPOUSA LINDA FLOR, NUM PEITO FRIO,

A QUEM CRAVA SEM DÓ A DOR FUNESTA,

A FIM DE CESSAR-SE O CHORO, O ÓDIO VIL,

O HORRÍVEL PUNHAL, QUE A FERE E SECA.

 

MAS NÃO. DEIXA-O AÍ CAUSANDO INVEJA;

NÃO PARTILHA A DOR QUE LHE CONSOME,

GOZA A VENTURA PLÁCIDA E TRANQUILA,

SÓ COM AS BOCAS QUE REGARAM-TE UM DIA.

 

SÓ LHE PEÇO, FLOR RISONHA,

RESPIRA CALMA SEU AROMA, E MAIS SEMEIA...

POIS SABE, ÉS MUITO, TU ÉS TANTO,

TU ÉS TUDO, TUDO, MENOS FLOR ALHEIA!

  • Autor: Minha Hecatombe (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 1 de agosto de 2024 18:58
  • Comentário do autor sobre o poema: um ode.
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 2


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