Anos e anos montando aquilo que chamo de “Eu”
Com trabalhos e folhas de chefes irritados
Com gritos de professores e colegas
Todos meros e inúteis doutrinadores
Me digam, o que vocês fizeram por mim?
Quem eu poderia dizer que fui?
Aquilo que vivi ou o que li nos livros?
Após tantos tempos caindo em espiral
Sem saber quem sou e pra que vim
Me diga, minha existência foi um erro?
Por que eu nasci?
Conheci um amigo pela faculdade
Todos os consideravam um companheiro de verdade
Indispensável, até o seu fim
Ali todos os consideraram uma boa piada, digna de riso
Então por piedade lamentaram e choraram
Mas ninguém havia se compadecido, eles mascaravam
Uma charada, talvez até em leve tom de uma comédia trágica
Por uma vez me perguntar o porquê de sermos assim
Me chamaram de insano
Mas me diga, no meu lugar, o que você faria?
Falei que “todas as minhas peças para o inferno eu as explodiria!”
Ainda eu seria insano para vocês agora?
O tempo me consumiu nessa corrida
Eu toda a vez estava perdido e sem rumo de vida
Para onde correr? Em quem confiar?
A insegurança dominava tudo o que eu fazia
E no final eu sabia que sozinho acabaria
Entretanto, onde estava mesmo o ponto de partida?
Entrada turbulenta e seca
Diversão apenas na saída
Me mantive com remédios para aguentar o tranco da disputa
“Aguentou a troco de quê?”, você me pergunta
E eu lhe digo, que se soubesse sobre tudo isso
Nem mesmo antes eu teria ido
“Ei”, interrompo seus pensamentos, “se você negociar
A sua vida por calos e um carro velho
E ser aquele cara exemplar, repleto de motivação
Admirável de se olhar
Você no fim diria que valeu a pena?
Ou que toda sua corrida foi em vão?”
E no fim, lhe entrego uma carta e não falo mais:
“Em algum lugar desses diferentes caminhos
Se você um dia quiser me encontrar
Escrevo para que venha, se o quiser
Deixarei a combinação perto da porta
Para que possamos conversar
E comparar os erros que fizemos para ao fim chegar
Pensei que eu poderia esse grande mundo desbravar
Que as paredes que me cercavam não eram nada
Além de um simples muro
Pensei que diversas coisas poderiam ser experienciadas e ditas
Mas quando percebi o tempo vindo e passando
Eu vi que nunca teria coragem de tentar”
Sei que possa parecer confuso
Mas tempo eu já não tenho mais
Por isso corro contra tudo
Pois solitário eu possa vir a ser, mas perdedor?
Jamais.
- Autor: Ziul (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 24 de julho de 2024 02:28
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 6
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