Hoje decidi colocar um basta
aos infortúnios da prisão.
Trémula e com voz desgasta,
agarrei nas bagagens com precisão.
O meu Espírito pula em magnitude e alegria
porque reconheci a voz do seu socorro.
Nem tudo o que desejei, era o que mais queria;
Porem hoje eu sei bem, por quem morro.
Os demónios surgem para sucumbir a vontade;
Eu não vacilo pois reconheço a verdade.
Há milhões de anos me foi dito,
que o mestre me haveria de acolher com saudade.
Há um frio gélido a percorrer as minhas entranhas,
assim que coloco um pé no barco.
Mas o calor daquele que me recebe
é muito maior do que aquele que me estagna.
A luz é ténue e a noite é fria.
Reúno as forças e até mais do que poderia;
Avistando ao longe a multidão inerte e incapaz.
O Barco a afastar-se lentamente com a maestria.
A escuridão da noite atinge-me em magnitude,
a solidão avassala-me em plenitude;
Olho para trás e não vejo ninguém,
só mesmo a névoa a cobrir o além.
Felizmente que há uma voz confortante,
que na turbulência me acalenta;
Mimando-me perante o vento insinuante,
desviando-me das águas fundas e da chuva turbulenta.
Consigo ver o raiar do sol,
mas parece-me miragem de pouca dura.
O Barco prende-se e rende-se perante a penumbra,
e eu conformo-me com a ignorância que só me afunda.
Um novo passageiro chega de mansinho,
resgata-me da solidão e da lentidão.
Apercebo-me que tudo o que ele mais quer,
é apenas um atalho para o seu caminho.
Felizmente que a Luz Interior
me vagueia em intensidade,
faz da cegueira um raio de eletricidade
e resolvemos juntos manobrar a vida,
de acordo com as vontades do Senhor.
- Autor: Lesy Williams (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 22 de julho de 2024 14:20
- Comentário do autor sobre o poema: Evolução Espiritual
- Categoria: Espiritual
- Visualizações: 9
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