Uma brisa inebriante envolveu meu corpo, desnudado de qualquer ambição. Levantei-me e observei o pôr do sol; tudo o que pude imaginar era o que fizera de errado. Dos dias e noites que passei em claro, apenas observando minha própria miséria sem um destino traçado.
Na vida, conheci diversas pessoas pseudointeressantes - o neologismo que utilizo se assemelha muito à minha realidade. Neste presente distópico, tudo se valoriza através de curtidas; inclusive, malditas sejam elas.
A tudo devo à internet, incluindo as desgraças. Não vou me desresponsabilizar pelos desmandos da vida; toda culpa é única e exclusivamente minha, desde os milhões perdidos aos amores rendidos. Infelizmente, não posso afirmar o mesmo com as alegrias; sequer sei se elas são realmente minhas.
Lembro-me de um dia enevoado, daqueles perfeitos para se criar grandes histórias, que cortam e rasgam como uma faca cega. Se tivesse um santo para me explicar que era melhor escapar do que encarar, tudo poderia ser diferente, mas nada é, nunca foi e nunca será. Assim é a vida, pelo que dizem, o que fazem acreditar.
A verdadeira felicidade reside num pedaço de bolo de chocolate e uma água, sem gás, por favor. Os momentos congelados serão eternamente esquecidos, pelo simples fato de serem reais demais para serem revividos.
Um primeiro beijo, uma primeira transa... Parece até um palavrão, mas é o que todos falam, então, por que não?
Descartado e amassado, como se em uma vida de mentiras, interessante demais ao ponto do desinteresse. Às vezes, seria melhor simplesmente desandar, como uma nuvem negra de fracasso que não pensa em prosperar.
Sentava-me, anos atrás, em uma cadeira para jogar. Eram jogos brutais, violentos e sem nada a acrescentar. Olhe só para a vida agora, como queria voltar a brincar.
- Autor: Hansel ( Offline)
- Publicado: 18 de julho de 2024 08:51
- Comentário do autor sobre o poema: Não sobrou muito o que dizer, é um texto experimental.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 7
Comentários1
Sempre temos o que dizer! Fez uma poesia e Isto é o que importa. Outras virão com a mesma intensidade.
Abraços!
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