A noite de Márcia

marcia danieli alves de souza




Desalegre, era como tudo parecia.
Difícil adivinhar ao certo.
Menos ainda poderia arriscar as razões da talvez desalegria.
Tremulava um vestido de cambraia bordado sobre o corpo e isso me permitia diagrama-la. Meus olhos em fios de sabre estilhaçaram as roupas.
Absolvi apenas as anáguas porque não eram exatamente anáguas. Eram grinaldas que ela carregava um pouco abaixo da cintura.
Farejei o perfume das sílabas inventadas por meu faro e, sem que ela percebesse, a escravizei.
Reduzi sua liberdade a meus braços e meus desejos.
Tudo em silêncio.
Depois toquei suas mãos e me pus dentro delas com lábios pontiagudos.
Sem tréguas, surgi em seus ombros descalços e
os devorava
e os polia,
os devorava
e os polia,
os devorava
e os polia.
Amá-la, me restituía à vida. Assim, consciente do dever de viver e de amar, tatuei cada pétala de grinalda com meu glacê
Preamar
Maré alta
Maré baixa
Maré alta
Maré baixa
Maré alta
Ali desenhamos o nosso próprio evangelho.
Desfiamos um terço celeste em orações gemidas em hábeis línguas.
Nenhuma cerimônia mais:
Só uma missa
Só um único testamento.
Amém.


"O verdadeiro Amor é Si Cuidar e Cuidar
Fora disso, não é Amar!
Por isso é melhor cuidados tomar
Para os desejos ao matar...
Não Si prejudicar, pela forma de Amar"

  • Autores: marcia danieli alves de souza, SANTO VANDINHO
  • Visível: Todos os versos
  • Finalizado: 28 de julho de 2020 10:00
  • Limite: 6 estrofes
  • Convidados: Público (qualquer usuário pode participar)
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 39


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