e o tempo se debruçou em sua janela
com os cotovelos apoiados na soleira
deixando no passado qualquer pressa
o seu querido e secular companheiro
Gina viu dali o céu dos antepassados
que de lá cintilavam acenando pra ela
então ergueu os seus ternos bracinhos
e sorriu − e até esqueceu que chorava
partindo águas: encontros e despedida
singrou, nas alturas, em seu barquinho
deixando no rastro um modelo de vida
e firmou-se bem alto, afável estrelinha
-- esse poema foi publicado em meu blog pessoal (https://antoniobocadelama.blogspot.com/) em 03/07/24 --
- Autor: Antonio Luiz ( Offline)
- Publicado: 3 de julho de 2024 14:21
- Comentário do autor sobre o poema: Uma singela homenagem à minha nona, que sofria de Alzheimer e que nos deixou no mês passado (junho de 2024), com cem anos e nove meses de idade.
- Categoria: Triste
- Visualizações: 13
- Usuários favoritos deste poema: Shmuel
Comentários2
As nonas são sábias, às vezes elas partem com alzheimer e são polpadas do sofrimento, ruim mesmo é pra quem cuida e está de fora, pra elas não lembrar é melhor que lembrar, o mundo delas é mais bonito do que aqueles que vê e não tem mais forças pra ajudar. Belo poema.
Querida poeta Rosângela,
Grato pela gentileza da leitura e pelos comentários!
Um abraço.
Antonio Luiz que texto lindo e que bela homenagem a tua amada nona!
Meu você manda muito bem!
Abraços!
Caro poeta e amigo Shmuel,
Muito obrigado pela leitura, pelos afáveis comentários e por favoritar o meu texto!
Um abraço.
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.