Meu farol

Da densa lama que me prende
Vejo em minha frente um farol.
Tenho esperança em sua luz,
Como tenho no grande sol.

Vejo os escravos com seus leões
Escorregando entre as raízes.
Indo em frente como peões.
Enquanto sofrem em seus deslizes.

Naquele farol então chego.
Para ele ofereço meus medos.
Da floresta os outros me observam
Querem que eu doe a luz?por isso esperam?

Posso sentir o calor interno.
Que congela-me de tão perto;
Que seca a lama em meu rosto
E salga meus lábios secos.

A única certeza que tenho
É a confiança no alto farol.

Vou guardá-lo, como ele me guarda.
Dos outros, eu o defenderei
Para manter à mim a sua graça.
Em seu ventre, feliz morrerei