INDIGNA.

És digna da dimensão que posso lhe levar? Do prazer que posso lhe proporcionar? Tu és uma sereia em meu mar, nadando para me salvar, me tirar do frio da tentação, me expor à superfície da paixão.

No entanto, em ti não devo confiar, pois sereias hipnotizam os ingênuos, para no fim os eliminar. Talvez tu me queiras apenas pelo prazer que posso lhe mergulhar, apenas me usar, de seu desejo traiçoeiro devo me afastar.

Então deixe-me afundar, nos pecados que cercam meu oceano me afogar, nos prazeres profanos congelar. De minha mão lhe permito soltar, meu amor não posso depositar, pois em meio à tantas almas desertas, sou um oceano raro de se encontrar.