Eles surgem quando os móveis começam a estalar,
quando estou sozinha no silêncio da madrugada,
eu ouço passos rápidos e agonizantes a andar.
Eu me conforto no arranhar da calada.
Nessa hora sempre fico tão excitada!
Porque esperei o dia todo por esse vaivém.
Porque esperei o dia todo entusiasmada.
Porque esperei o dia todo por um alguém.
Eles arranham tudo, mas nem os ver eu consigo.
Eu imagino se passa pela suas cabeças pequenas,
que eu os escuto no telhado da minha casa em perigo.
De um lado para o outro, fazendo coisas amenas .
Estou muito ansiosa para conhecer eles.
Assim descobrirei como é ter um amigo.
Dizer o meu nome e saber o nome de cada um deles.
Porque já estou cansada de fazer tudo apenas comigo.
Os sons pararam, eles se aquietam depois de horas.
E percebo que voltei ao vazio da minha vida.
Eu me viro no chão e encaro a casa vazia.
Estou ansiosa para ouvi-los outra vez
- Autor: Rip (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 16 de junho de 2024 23:17
- Comentário do autor sobre o poema: Já pensou em uma mulher tão sozinha, mas tão sozinha, que o único conforto que ela tem são os ratos que infestam o seu telhado? Escrito em 30/08/2023
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 5
Comentários1
Poema aos gatos. Parabéns poetas. Bom dia.
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