O cubo de gelo

Lesy Williams

Pressionei o cubo de gelo no meu copo de água
e ele com teimosia ousou emergir.
Testemunhei totalmente imbuída pela mágoa,
as coisas que não me queriam ver partir.

Esse gelo por longo tempo,
permanecia intacto e insolúvel na minha arca.
Foi quando entendi que nem tudo é permanente;
Tenho ao meu lado uma missão que me abarca.

O gelo em tempos era imune e despercebido;
Mas felizmente que dei conta do seu peso.
Pois sobre o tudo que eu tinha reunido,
o meu coração não estava tão coeso.

Um maldito gelo que se transformava em bola de neve;
No desconhecido e nos enredos da minha mente.
Pois por mais que tudo aparentasse ser breve,
tive que trocar as perspetivas da minha lente.

Foi quando eu o retirei do esconderijo 
e coloquei sob a minha mão, esse gelo rijo;
Contemplei-o em plena luz do dia 
E empreguei-lhe o destino certo que este carecia.

Quis desfazê-lo com as minhas próprias mãos,
enquanto me confrontava com os seus nãos.
O meu copo de água é impiedoso e soberano, 
vou deixá-lo derreter até ao tutano.

Presenciei o seu desfalecimento sem piedade;
Por mais dura que doesse a verdade.
Todos os gelos são lentamente aniquilados,
para que o nível das águas seja equilibrado. 

  • Autor: Lesy Williams (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 13 de junho de 2024 10:44
  • Comentário do autor sobre o poema: Auto-conhecimento; Desafazer de crenças limitantes
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 2
Comentários +

Comentários1

  • Evepoeta

    Fantástico



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