A VALSA

Nelson de Medeiros



 A VALSA

 

Ainda me lembro da minha primavera...

Seu corpo lasso, mergulhado entre meus braços,

O meigo encontro de olhares e de passos,

Tresmudando em real minha antiga quimera!

 

Estão vivos em minha mente aqueles traços

Que, ornavam o salão qual mimosa aquarela,

Adornada, talvez, por artista de outra esfera,

E, cuja lembrança inda deixa os olhos baços!

 

Meu outono da vida chegou apressado

Mas, aquela nota de amor inda ressoa

Dentro d’alma, agora em tom mais frio e mais lento

 

Pois, na sombra do tempo, o amor jaz embaçado,

E, o lance, que um dia foi longo, agora ecoa,

Como um curto compasso sussurrado ao vento!

 

 

 

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Comentários3

  • Sergio Neves

    SERGIO NEVES - ...meu amigo,...esse teu escrito tá tão bem a caráter com relação ao tema que à medida que se lê, vai também ecoando na mente, na alma, toda uma bela sonoridade "valsal"...,...conseguiste com esses teus mui bonitos e sentidos versos dar bem todo o singelo ritmo que esse tipo de "composição" requer...,...muito, muito bom! /// Abcs.

    • Nelson de Medeiros

      Ave Poeta Sergio! Teu elogio é contagiante e inspirador. Agradeço, de coração. 1 ab

    • Melancolia...

      Um escrito desse, singelo e verdadeiro, e uma canção que nos adormece nas palavras ditas, ficou bem exposto um grande amor sentido...

      abraços

      • Nelson de Medeiros

        Ave Poeta! De fato, a canção não só lembrou como também inspirou o soneto. Obrigado meu amigo. 1 ab

      • Shmuel

        Que pérola! Dancei, como se não houvesse amanhã, ao som desta maviosa valsa.

        Abraços querido poeta, Nelson

        • Nelson de Medeiros

          Bom dia, meu amigo. Sempre indispensável a sua participação aqui. 1 ab



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