ANAMNESE

A CASINHA DA MINHA INFÂNCIA TINHA MURETA NA VARANDA DA ENTRADA

TINHA MURO BAIXO, ROSEIRA NO QUINTAL QUE QUEM PASSAVA PELA RUA PODIA VER

PEQUENINO,  SENTADO NA MURETA DA VARANDA DA ENTRADA, OBSERVAVA E ACENAVA PARA AS PESSOAS QUE PASSAVAM PELA RUA 

OS VIZINHOS ME ERAM CUIDADOSOS,  CARINHOSOS,  ATENCIOSOS

ATÉ OS AMIGOS DOS MEUS IRMÃOS AJUDAVAM A CUIDAR DO EU PEQUENINO,  CAÇULINHA DE QUATRO IRMÃOS 

SENTADO NA MURETA DA VARANDA DA ENTRADA CONSEGUIA VER MINHA MÃE CONVERSANDO COM AS VIZINHAS

DALI, TAMBÉM SENTIA O CHEIRO DA TERRA MOLHANDO ENQUANTO A CHUVA COMEÇAVA A CAIR,  E VIA AS PESSOAS COM SUAS SOMBRINHAS COLORIDAS

VIA MEUS IRMÃOS CHEGANDO DA ESCOLA 
ERA TEMPO DO SÍTIO DO PICA PAU AMARELO,  BOAS NOVELAS, BONS PROGRAMAS,  ERA TEMPO DE OS TRAPALHÕES 

SENTADO NA MURETA DA VARANDA DA ENTRADA, VIA QUANDO MEU PAI CHEGAVA DE MAIS UMA VIAGEM EM SEU MERCEDES-BENZ 1516, AZUL, ANO 1976 COM QUATRO ANOS DE USO

EM MINHA MEMÓRIA,   O CLARÃO DO FAROL, AS LUZES LARANJAS E VERMELHAS DOS FAROLETES E O BARULHO DO FREIO A AR DAQUELE BELO CAMINHÃO

SENTADO NA MURETA DA VARANDA DA ENTRADA DA CASINHA DA MINHA INFÂNCIA.