Seu colo

Procurei toda beleza,

Do Equador ao polo,

Da mais perfeita riqueza 

Já vista em cima do solo 

Mas vi que nada se iguala 

A maciez do seu colo.

 

Queria estar neste colo,

Nesta rede, em seus braços 

Envolvido em seus cabelos

No mais gostoso embaraço

Perdido nas suas curvas

Guardado no seu abraço.

 

Eu pintaria, no traço 

A linha da ilusão 

Acenderia as cores 

Que "envivessem" a paixão 

E te daria de presente 

A tela do coração

 

Segurava em sua mão 
De um jeito, suavemente 
Pra depois direciona-la
Por onde o seu corpo quente 
Me derrete de prazer
Na chama do amor ardente

 

Chegando no finalmente 

Soltaria sua mão 

Encostado no seu peito

Ouvindo seu coração 

Sussurrando em seu ouvido

Vais me matar de tesão

 

Seu corpo de violão 

Esculpido e trabalhado,

Pela mão da natureza

Me deixa tão excitado

Igual um potro ligeiro

Que escaramuça no prado.

 

Sentindo a cor do pecado 

Vendo sua simetria,

Vou escalando o relevo

Da sua geografia

Vou mapeando o tesouro 

Pra encontrar outro dia.

 

Se eu soubesse te faria

Uma canção de saudade

Também te protegeria

Das garras da crueldade

E te dava de presente 

O jardim da liberdade.

 

Ah, se eu tivesse a metade 

Que complementa a paixão 

Uma fonte dos desejos

E ao menos uma fração 

Da flechada do cupido, 

Pra acertar seu coração.

 

Juca Santos em 14 de maio de 2024.