Mãe, não importa o meio,
Interessa, sim, o propósito.
Realmente, aqui nada é feio,
Pois escrevo algo póstumo.
Através desta poética carta
Chega a ti meu pensar contrito...
Desde que partiste sou atrito
Dum viver sem rumo, sem vida casta.
Perdi-me nas entranhas da loucura,
Estou na existência sem sabor.
Por quê? Porque já desconheço o amor
Que se foi e que era minha partitura.
Sei que me escutas agora onde estás,
Por isso peço-te aqui o teu perdão!
Envia ao meu pensamento uma oração
Para que doce eu seja como o ananás.
Partiste! Dentre tantos estou sozinho...
Perambulo e tropeço, estou caindo sempre.
Tua jornada deixou-me sem teu ventre
Donde eu havia enxurradas de carinho.
Estou enfermo... Será também o meu fim?
Bem que gostaria de ir encontrar-te!
Meu coração já não pulsa forte e destarte
Teria o prêmio que consumar-me-ia a mim...
Amar-te-ei infinitamente. Lê o meu sofrer.
Sem ti tão somente sou iníquo desatino...
Que a morte benfazeja seja o meu destino
Para que eternamente possa contigo conviver!
DE IVAN DE OLIVEIRA MELO
- Autor: Ivan (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 21 de abril de 2024 20:41
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 3
Comentários1
Uma toca te e pingente homenagem a que bem mereceu por ter_ te dado a vida. Mas, agora, é orar para ela onde quer que esteja. Teu poema já é uma oração. Parabéns!
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.