Eu vejo coisas
Que tipo de coisas?
Do tipo que não existem
Eu vejo um gato no telhado de uma casa hipotética
Eu vejo o sorvete na mão de um menino que não saiu de casa
Eu vejo a mim mesmo
Puxando o freio de mão do carro dos meus pais no meio da BR
Enquanto estamos em uma viagem em família
Tudo estava bem e a música tocava
E eu puxei o freio
Uma carreta bateu na traseira logo em seguida
Eu vejo tudo em câmera lenta
As tripas e ossos expostos
Mas nada machuca
Sabe o por quê?
Porque não é real
Nada é real
Nada nunca é real
Eu não sei mais diferenciar a realidade dos meus pensamentos
Eles não tem pé nem cabeça
Talvez seja eu mesmo quem não tenha pé nem cabeça afinal
- Autor: charlie varotto ( Offline)
- Publicado: 18 de Abril de 2024 07:37
- Comentário do autor sobre o poema: eu fui diagnosticado como esquizotípico ano passado, esse poema é como se fosse um pequeno desabafo das minhas angústias pessoais como um esquizoafetivo
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 4
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