Isabela Fenix

Morte

 

A morte é uma coisa inexplicável, principalmente para pessoas sem rumo

A morte te dá um rumo

Sem porquês ou para quês

Só vem!

É, só isso, o lamento

Me baseio na história do filho que esperou a volta do pai, mas não era ele. E se fosse

para tê-lo em pedaços, antes fosse descansar.

A morte é como nessa canoa, a vela está sempre acesa. E a caravela está a todo

vapor.

Só esperava…um trem velho caindo aos pedaços e não essa rapidez tão devastadora.

A morte é algo a se pensar

Se sou eu ou você?

Será, você ou eu nesse barquinho tão desesperado?

Talvez, o desesperado seja eu

Que não canso de chorar

Ou talvez seja você que me faz chorar

A morte é algo a se analisar

A culpa foi minha?

Ou sua que me deixou feito um vagabundo.

Os porquês são infinitamente imensos e me deixam submerso

Tão submerso, que caiu nesse rio

Que são as tristezas

E é sobre a morte e as despedidas que sufocam, mas te soltam

E, sem rumo, me fui, a morte te dá um rumo.

  • Autor: Fenix (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 31 de Março de 2024 19:42
  • Comentário do autor sobre o poema: Baseado na obra de Guimarães Rosa de seu livro Primeiras Estórias, especificamente, o conto 'A terceira margem do rio'.
  • Categoria: Ocasião especial
  • Visualizações: 5


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.