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Equívocos e suas tentativas vãs
Sou verbo transitivo intemporal
Não tenho conjugação gramatical
Conjugo-me ao sabor do seu afã

No presente do indicativo de amor 
No pretérito mais que perfeito
No pretérito humanamente imperfeito 
No futuro rememorado em pretérito
No tempo subjuntivo e subjugado
Nos tempos todos da nossa fantasia
No imperativo também conjugado
Nas notas melodiosas de uma poesia 

Talvez um único verbo em várias ações
Talvez um único verbo despido do tempo
Traduzido na essência do imponderável
Sem apelo morfológico que se baste
Sem as nuances de análise de sintaxe
Sem precisar de letra ou da palavra

De todas as ilusões do tempo
O futuro sempre se revela um absurdo
Assim como se revela a mágica e a fantasia
Não sou conjugado em terceira pessoa
Nem em primeira ou em última
Não nos conjugamos em qualquer tempo
Pois sou o verbo intemporal em ação
Assim como se revela todo e qualquer absurdo
Assim como se revela a magia e a poesia
E, enquanto há espanto na razão que emudece
O escândalo em ecos infinitos faz a repercussão
Expandindo um universo para além do que padece

Equívocos e suas tentativas vãs
Sou verbo transitivo intemporal
Não tenho conjugação gramatical
Conjugo-me ao sabor do seu afã

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