250 palavras

noi soul

tentativas de sufocar a solidão
arrastada por ventos dilacerantes
envolvida por tropas do eu-farsante
aquele que diz:
você não merece
você não consegue
você mal sobrevive
– nem tente!
O pé se arrasta numa dança sombria
– que água fria!
A mão entorpece a mente em agonia
– que fantasia!
as emoções se corrompem 
e prorrompem de dentro
das inteiras falhas 
a que não me deixei guardar
sou silêncio
enquanto o barulho das sirenes internas 
abatem meus sentidos tortos
o carro estaciona sem cuidado
meus soldados abordam os neurônios 
dilacerados
tremeluzentes
embriagados
– defenda-se! Diga algo!
sou culpada, por favor, eu admito
leve-me daqui, tira-me de mim
não aguento esta prisão velada
essa vontade de ter o que não possuo
esse viver a roubar migalhas dos outros
pensamentos
sentimentos
gestos bobos
– leve-me, arranque-me!
Preciso de inspiração
de outras paisagens
de outras imagens
de outras paragens
os defensores da lei riem do meu esforço
sentem piedade
analisam meu rosto
concluem ser engano a denúncia recebida
nada em mim demonstra que eu estive despida
– cegueira coletiva!
Deixam-me no chão
transbordando detalhes da minha desilusão
o sorriso alcança meus lábios
consegui enganar o retalhos
da intriga feita de nãos
coleto peças 
colo pedaços
faço cisuras
dentro do peito
o  meu coração me protege
do frio
da dor
da tristeza
o meu coração me destina
a traços de delicadezas
estas intrigas que se vestem apenas
daquilo que lhes convença
da verdade sobre existir
aquelas doces, serenas
entregues a leves penas
tão grandes
tão pequenas
nuances do meu sentir.

  • Autor: noi soul (Offline Offline)
  • Publicado: 26 de março de 2024 09:49
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 5


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