Dualidade da vida

Coração que chora, em busca de consolo,
Tempo que passa, ecoando súplicas,
Onde encontrar o alívio, o recomeço?
Em que lugar depositar minhas palavras?

Lobo que uiva em silêncio na noite escura,
Louva-deus que reza sem fé no altar,
Para onde devo ir, buscando a cura?
Onde posso pensar, respirar e amar?

Se existe um paraíso da felicidade,
Devo romper as correntes da eternidade?
Libertar-me das amarras que não me prendem?
O sufoco não é na cela, mas em meu próprio bem.

Amantes que se perdem em desencontros,
Irmãos que se perdem em ódio e rancor,
Devo apenas existir, ou buscar outros portos?
Viver a plenitude, ou sucumbir à dor?