Ele fica a observando: principalmente, quando ela não está olhando.
-Estou inconsciente.
Mas, ele está consciente.
Ele repara nos pequenos detalhes. É que seu amor é feito de detalhes. Um abraço, um sorriso.
Mesmo em meio aos suspiros.
O seu olhar é cheio de mágoas. Mas, ele ainda detém a esperança. Mesmo que não perceba. Busca a felicidade, que habita nela. Sua luz... Que na sua estrada escura reluz.

O jeito no pegar
O jeito no estalar
A faz delirar
E se questionar: E se e se?
Mas, sem coragem para investigar.

Voltando na concha.

Mas, porquê as pausas, os olhares e a estática me perturbam?

Ignore e ignore.

Seus olhares perdidos na minha direção, me machucam
Tua presença...me assusta.
Ou será, o medo de sentir no absoluto?

Não posso te dar...o teu não sei, o quê?!

Não sou as respostas dos teus porquês. 
-Por quê, tu és dos meus? 
Não posso ser. 
Eu só não...não quero ser.
Me recuso a ser...a tua paz.
-Só me deixe em paz.

Sinto a estática no ar e tua ansiedade. Que numa vão tentativa tenta ser notado. Dói te ver tentar, e dói em mim te ver tentar.
Na sua ânsia por ser notado...gosto de ignorar.
-Acho que somos ouriços.

Teus porquês
Para eles não estou pronta.
Teu mundo me assusta
Não estou pronta, para o teu querer. 
Isso que recuso nomear
Acho que nunca estarei.
-Me deixe em paz.
Não roube a minha paz.

Não sei lidar...com meus próprios sentimentos, como lidarei com os teus?

Os aprisiono e os guardo todos dentro de mim.

Volto a fingir.

Parece que consegui entrar no seu mundo
-Que grande porcaria, não é mesmo?!

Volto a fingir.

Entrei no seu mundo ou ele que entrou no meu?

Me perturba
Me impregna
Com todo o teu ser

Me perturba, como eu tenho culpa?
Porquê, você me culpa?

Os seus infortúnios são meus infortúnios.
A tua penumbra me perturba

Como me culpar, se nem sei, qual caminho me fez em ti chegar?!

Por qual caminho me perdi?
Me perdi, nesse caminho que é a tua vida. 
Sem cor
Tão simplória e tão triste
Preto no branco
Sem brilho e nem cor.