O Eterno Retrato da Saudade

Na sombra de um adeus não dito,  
Caminho pelas ruas do silêncio,  
Onde as lembranças ecoam, vazias,  
E o horizonte se veste de luto.

Perda, essa sombra que me segue,  
Humanizada em cada passo que dou,  
Na respiração ofegante da noite,  
No vazio que tua ausência deixou.

Eras tu, a voz na tempestade,  
O calor no inverno rigoroso,  
Agora apenas uma memória desbotada,  
Em um coração que bate, doloroso.

Te busco nos cantos da minha alma,  
Nas páginas amareladas do tempo,  
Na melodia triste de uma canção,  
Na quietude do meu próprio lamento.

A vida, agora um rio que segue,  
Leva consigo o que era nosso,  
Deixando para trás apenas pegadas,  
Na areia, um caminho quase oposto.

Perda, a mestra cruel e sábia,  
Ensina-me a força na fragilidade,  
A encontrar beleza na dor,  
A ver luz na escuridão da saudade.

Cada lágrima, um mar de histórias,  
Cada sorriso perdido, um lamento,  
Mas no fundo, a esperança insiste,  
Num futuro onde reine o contentamento.

Assim caminho, entre perdas e ganhos,  
Humanizando a dor, a perda, a saudade,  
Sabendo que, em cada fim, há um começo,  
E na perda, a eternidade da tua presença, na verdade.

André gabriel