...as noites eram frias...
Empoeirados estavam nas vitrines em madeira crua
O tempo os havia guardado com suas mãos tão ávidas
O tempo quem me dera... ter tempo a mais... para quê?
Encheram-me os olhos com tons escuros de frágil esperança
Para quê crê-la? Quando não creio nem em mim?!
Já faz tempo que não te vejo, seja nas colinas, seja aqui
Mas a vitrine me volta a memória: prateleiras; sonhos; poeira...
São tantos sonhos que prateleiras não mais há!
São tantos sonhos que tantos tempos e tantas poeiras hão de apagar?
Brinquedos de tua ingenuidade. Como isso me faz falta!
Alegorias de sutil vida, que em masmorras habitam agora
Como pudeste?! Como não viste?! O que olhos não enxergam
A não ser os exageros que nossos pais aos poucos nos ensinaram
Assim como lhes foi ensinado na dócil plenitude de inocência (pois já foram)
Onde construíram-se prateleiras e com a poeira veio o tempo
E ele mesmo o segurou pelas mãos, e com suas mãos os enterrou
O tempo que lhe fora dado... ter tido tempo a mais... ter tido tempo a menos
Para quê, se sonho algum ainda cultivas em coração de homem?
Sonhei em crescer, sonhei sonhos por você! Mas me falta tempo
Tempo para crescer, tempo que se esvai por você! Mas me doem os sonhos...
Pois se vai eu e você... Mas o tempo sempre permanece.
- Autor: Louis ( Offline)
- Publicado: 22 de fevereiro de 2024 22:29
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 6
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