Entre o Blues e o Bourbon

carlos correa



Daqui onde estou meu olhar quase não alcança
O brilho das estrelas e mesmo que ele o fizesse
A distância é inacessível não vislumbro esperança
Melhor aqui no bar ou vendo um filme de Scorsese

Pode ser que esteja congelado nesta taverna úmida
Acorrentado por arrependimentos e que o velho blues
Juiz da consciência não me ofereça qualquer saída
Talvez me sentencie ao Bourbon sob essas luzes tênues

Seja como for permaneço nesta mesa de uma madeira nobre
Sob o olhar admirado do jovem garçom e da dama da mesa ao lado
Ah pobres almas infelizes se soubessem o quanto eu sou pobre
Estariam ou ao menos deveriam estar na verdade indignados

O brilho das estrelas está muito longe e o universo se expande
Os versos atordoados parecem cada vez mais se afastar da redenção
Peço licença ao pianista que cansado sem reservas me atende
Entrego um blues falando do espírito de um velho whiskey em extinção

Deus abençoe os que ainda estão em outra direção
Carlos Correa

 

  • Autor: carlos correa (Offline Offline)
  • Publicado: 21 de fevereiro de 2024 00:01
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 5


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.