Nestas noites que a consciência pesa, não consigo dormir,

você bate na janela do quarto e me encara sorridente.

Eu sinto muita culpa, por que tudo isso não foi diferente?

Eu preciso de você ao meu lado, aqui.

 

Tu bates na janela, eu finjo não ouvir,

você era o único que entendia minha mente

e só de lembrar disso me deixa deprimente.

Esta saudade que não dá para fugir…

 

Para esconder o que sinto, preciso fingir.

Você também fazia isso discretamente,

e as pessoas diziam “apenas aguente”.

Palavras vazias que para nada conseguem servir.

 

Você segurou meu rosto e me impediu de esvair,

eu não acreditava nas suas palavras genuinamente,

era uma insegurança que me corroía vorazmente,

ter alguém que conseguia me suprir.

 

Você me salvou, mas na sua vez não consegui retribuir

E você caiu num limbo de sofrimento compulsoriamente.

a dor que você escondia, levou ao seu fim sutilmente.

Imagino se isso passou pela sua cabeça, antes de cair… 

 

Agora que você se foi, entendo como tu se sente

Você finalmente está livre, encarando-me através da janela

Você está, na verdade, do lado de fora dela,

enquanto eu estou preso deste lado solitariamente.